quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Uma vida ao teu lado - Nicholas Sparks - OPINIÃO

Confesso que já tinha saudades de Nicholas Sparks, da simplicidade com que escreve as suas histórias e da intensidade que envolve cada um dos seus personagens. É, como não podia deixar de ser, mais um livro que nos leva, por vezes, às lágrimas, e que nos obriga a pensar na vida, mais do que uma vez.




Ao contrário do que é habitual, porém, em «Uma vida ao teu lado», o autor escreve duas histórias paralelas, envolvendo dois casais que não podiam ser mais distintos e separados pelo tempo.
 
Numa ponta da linha, temos Ira e Ruth, ele com 90 anos e ela já falecida, mas que lhe fala ao ouvido durante um trágico acidente que o encurrala durante grande parte da história, onde ficamos a saber aquilo que os uniu e separou. Na outra ponta, temos Sophia e Luke, ambos na casa dos vinte, ela com uma vida despreocupada na faculdade, ele com uma história, a meu ver, muito interessante, sendo um montador de touros quase por obrigação para salvar o rancho da mãe.
 
Devo dizer que Ira e Ruth salvaram a história. Ele é um homem às direitas, como já não se fazem homens. E o próprio o confessa na primeira frase do livro: "Por vezes, penso que sou o último da minha espécie". Ira é um homem que viveu sempre consoante as regras e que amou uma mulher mais do que a si mesmo. Amar o outro também é amarmos aquilo que o outro ama e ele fê-lo com uma mestria que me comoveu imenso. Nicholas Sparks retrata este amor como tão bem sabe fazer, com profundidade e verdade, e leva-nos a viajar com aquele casal aos sítios que visitou, às pessoas que conheceu e à forma como amou. Adorei a forma como a sua história foi contada, na iminência da morte, dentro daquele carro, prestes a cair da colina, com Ruth sempre presente, a falar-lhe ao ouvido, com todas as idades ao mesmo tempo. Foi um amor que me arrebatou. 
 
A história de Sophia e Luke vai interligar-se com a deste casal de uma forma impressionante, muito bem pensada, que me fez arder os olhos nas últimas páginas e pensar: "o mundo é justo, para gente justa". Adorei a história de Luke e toda aquela situação da mãe, mas por algum motivo, a Sophia, na minha opinião, não encaixou. Achei-a deslocada da história, penso que a aproximação entre ela e Luke se deu demasiado depressa, sem grande intensidade, e nunca acreditei verdadeiramente naquele amor repentino. Continuo com a ideia que não têm muito a ver um com o outro, e não sei como poderia a relação resultar. Foi um casal que não me caiu bem. É, ainda assim, uma história bonita, como Nicholas Sparks já nos habituou, e tanto Ira como Ruth ficarão guardados na minha memória e no meu coração. 

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