segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Opinião - Amores Contados - Alfarroba Edições

«Uma questão matemática» - 3
«As fotografias falam baixinho» - 4
«Amor de viagem» - 1
«Café Avenida» - 4
«Um, dois, três» -3
 
 
 


No geral, posso dizer que foi uma leitura agradável, embora o conto «Um amor de viagem» fosse muito lentamente destruindo a minha vontade de continuar a ler. Já explico porquê.
Em primeiro lugar, «Uma questão matemática», de Ana Ferreira: Achei a história interessante e bem estruturada, com uma linguagem simples e acessível. É, sem dúvida, uma história de amor entre um casal que acaba por fazer de tudo para não cair no divórcio, uma história real, com personagens que me pareceram reais e me levaram a mergulhar no enredo sem medos. Mas confesso que achei a mulher demasiado forte e o homem demasiado fraco: Elizabete é, para mim, o elo mais forte do casal, enquanto João se deixa levar um pouco pelos desejos dela, chegando a humilhar-se, por vezes. Gostava que ele tivesse sido mais forte e que houvesse mais química entre os dois. No geral, senti falta de um enredo mais romanceado e não tão cru, como aconteceu. A História trata problemas reais, mas eu senti necessidade de sonhar um bocadinho, mesmo ao nível da linguagem usada, porque, por vezes,continha excesso de palavrões, na minha opinião. Isto é um defeito meu, porque eu gosto de coisas queridas e fofinhas, e admito que a história me cativou, ainda assim. Gostei do amor entre o casal, da forma como resolveram as coisas e da questão matemática inerente. Achei muito interessante a forma como a autora expôs as coisas, porque, no fundo, não passa tudo de uma questão matemática. Já tinha lido outros contos da autora e gostei muito. Fico à espera de novas publicações. :)

«As fotografias falam baixinho», de Cristina Milho, foi uma história que não me cativou de início, mas que me foi conquistando aos poucos. Gostei do sentimento inerente à história, da forma romanceada como a autora escreve e daquele amor tão forte, que nos fica na memória. No entanto, penso que necessitava de ser mais aprofundado, com mais enredo e mais páginas. Acho que a história daria um bom romance.

«Amor de Viagem», de Francisco Vilaça Lopes, foi, sem dúvida, o conto que me custou a entrar e só o li até ao fim porque não gosto de desistir e não queria passa-lo à frente para começar outro conto. Não consegui perceber a história, nem quem fazia ou dizia ou quê, nem onde estava em qualquer das passagens do livro. Os cenários são confusos, as personagens também, e a história...não a compreendi. O autor passa de um cenário para outro e de um personagem para outro, sem dar qualquer indicação ao leitor, e acaba por ser uma confusão que não se entende. Muito menos compreendi o que tinha a história a ver com romance. «Amores contados» é o tema da coletânea de contos. Não gostei nada.

«Café Avenida», de Jorge Campião, foi um conto que me surpreendeu. Gostei da escrita, da história e dos personagens. Na verdade, quando terminou, queria mais. Fiquei sempre com a ideia de que a Marta não estava a dizer exactamente a verdade no final da história, e que, no fundo, nem sequer era mulher para Carlos, nem ele para ela. Gostei da aproximação dele com Xiu Fei, do tema da desconfiança e da traição, e da forma como é abordado, deixando, no final, um sabor agridoce na boca do leitor.

Por fim, «Um, dois, três», de Rosa Bicho Gonçalves: É um conto pequeno, mas bonito. Muitos leitores não gostaram dele, mas eu consegui perceber o sentimento e a mensagem que a autora quis passar, e diga-se, uma mensagem forte e triste ao mesmo tempo. A escrita era fluída, por vezes, outras vezes nem tanto. Fez-me confusão a forma como a autora deixava as frases e os pensamentos em suspenso, mas o tema era interessante e eu gostei.

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